O
medo da intimidade
As pessoas cada vez mais estão
com dificuldade em estabelecer relações de intimidade. Os homens têm uma trajetória histórica quanto
a esta dificuldade em se expor afetivamente e isso se reflete no comportamento atual.
Historicamente na Roma Antiga, os romanos assumiram o comportamento de ter
prudência, cautela ou reservas em manter uma relação de intimidade com as
mulheres, evitando assim o sofrimento do amor. Ao perceber que estava fragilizado
pela paixão ou sentisse que estava se envolvendo com a mulher com quem se
relacionava o homem romano a desqualificava, ou seja, potencializava suas
dificuldades ou defeitos. Para se proteger das emoções ele evidenciava os
traços frágeis dessa mulher ao invés de admirá-la ou reforçar suas virtudes.
A cultural patriarcal demarcou
papéis específicos na sociedade para homens e mulheres. Os homens se envolvendo
com a preservação do seu território, cuidando de assuntos relativos à guerra,
política, mundo das ideias e a mulher lidando com o mundo “menos importante” –
o dos sentimentos. Portanto, nossos comportamentos atuais são afetados pelas
condutas dos antepassados. Os homens do século XXI apresentam muitos traços,
heranças dos antepassados, que o impedem de viver relações mais íntimas e mais
completas.
As pessoas inseguras têm a
tendência de associar intimidade como algo que as coloque em vulnerabilidade e
por esse motivo sentem que a intimidade as coloca em perigo. O medo nos coloca
em posição de alerta e de fuga, portanto se mostrar plenamente ao outro incita
o homem a se colocar em situação de defesa diante do que o ameaça. Há o receio
de ficar desprotegido na intimidade e de perder a identidade.
Se mostrar inteiramente,
exibindo suas virtudes e dificuldades, pode significar se colocar em posição
de risco pessoal. O psicólogo Willy Pasini afirma que a intimidade exige o
abandono da couraça que protege o que temos de mais íntimo: quanto mais
intimidade é compartilhada, mais o outro tem livre trânsito aos nossos aspectos
mais secretos e apenas uma autoestima equilibrada possibilita viver tal
“despir-se” como oportunidade e não como “ameaça”.
Despir-se afetivamente consiste
em ter a oportunidade de amadurecimento emocional e relacional, desenvolver sua
autonomia, sua individualidade sem o receio de perder sua identidade e de
perceber suas sensações, suas emoções e se sentir mais confiante nas relações e
consigo mesmo.
Muitos conseguem ter intimidade
sexual, mas não amorosa. Amar é expor-se, enfrentar riscos, caso contrário a
relação fica no nível da superficialidade.
Ter intimidade significa ir além das fronteiras estabelecidas pelas
defesas construídas ao longo de uma existência ou aprendidas nas relações
familiares e por influencia da herança histórica. Porém, se mostrar revela
autoestima equilibrada, confiança em si e acima de tudo querer crescer como ser
humano, sentindo-se afetivamente bem, sem medo da intimidade.
Fonte pesquisada: Regina
Navarro Lins – blogosfera.uol.com.br
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