domingo, 8 de junho de 2014



O medo da intimidade
 
As pessoas cada vez mais estão com dificuldade em estabelecer relações de intimidade.  Os homens têm uma trajetória histórica quanto a esta dificuldade em se expor afetivamente e isso se reflete no comportamento atual. Historicamente na Roma Antiga, os romanos assumiram o comportamento de ter prudência, cautela ou reservas em manter uma relação de intimidade com as mulheres, evitando assim o sofrimento do amor. Ao perceber que estava fragilizado pela paixão ou sentisse que estava se envolvendo com a mulher com quem se relacionava o homem romano a desqualificava, ou seja, potencializava suas dificuldades ou defeitos. Para se proteger das emoções ele evidenciava os traços frágeis dessa mulher ao invés de admirá-la ou reforçar suas virtudes.
A cultural patriarcal demarcou papéis específicos na sociedade para homens e mulheres. Os homens se envolvendo com a preservação do seu território, cuidando de assuntos relativos à guerra, política, mundo das ideias e a mulher lidando com o mundo “menos importante” – o dos sentimentos. Portanto, nossos comportamentos atuais são afetados pelas condutas dos antepassados. Os homens do século XXI apresentam muitos traços, heranças dos antepassados, que o impedem de viver relações mais íntimas e mais completas.
As pessoas inseguras têm a tendência de associar intimidade como algo que as coloque em vulnerabilidade e por esse motivo sentem que a intimidade as coloca em perigo. O medo nos coloca em posição de alerta e de fuga, portanto se mostrar plenamente ao outro incita o homem a se colocar em situação de defesa diante do que o ameaça. Há o receio de ficar desprotegido na intimidade e de perder a identidade.
Se mostrar inteiramente, exibindo  suas virtudes e dificuldades, pode significar se colocar em posição de risco pessoal. O psicólogo Willy Pasini afirma que a intimidade exige o abandono da couraça que protege o que temos de mais íntimo: quanto mais intimidade é compartilhada, mais o outro tem livre trânsito aos nossos aspectos mais secretos e apenas uma autoestima equilibrada possibilita viver tal “despir-se” como oportunidade e não como “ameaça”.
Despir-se afetivamente consiste em ter a oportunidade de amadurecimento emocional e relacional, desenvolver sua autonomia, sua individualidade sem o receio de perder sua identidade e de perceber suas sensações, suas emoções e se sentir mais confiante nas relações e consigo mesmo.
Muitos conseguem ter intimidade sexual, mas não amorosa. Amar é expor-se, enfrentar riscos, caso contrário a relação fica no nível da superficialidade.  Ter intimidade significa ir além das fronteiras estabelecidas pelas defesas construídas ao longo de uma existência ou aprendidas nas relações familiares e por influencia da herança histórica. Porém, se mostrar revela autoestima equilibrada, confiança em si e acima de tudo querer crescer como ser humano, sentindo-se afetivamente bem, sem medo da intimidade.
Fonte pesquisada: Regina Navarro Lins – blogosfera.uol.com.br
 
 
 


 
                        



 

                        

Nenhum comentário:

Postar um comentário