quarta-feira, 13 de março de 2019

Vivendo o Luto: Um período de grandes transformações








Viver o luto, quer seja pela morte ou pela separação de uma pessoa que amávamos, representa significativas transformações em nossa vida, as quais muitas vezes ocorrem de maneira imediata, sem o tempo necessário para processar o acontecido. Vivemos na qualidade de sobreviventes e dessa maneira o processo de luto pode gerar estresse, ansiedade e muita angústia. Lidar com as distintas e intensas emoções, com pensamentos e sentimentos conflitantes pede momentos de recolhimento e de acolhimento. Assim, é necessário tomarmos conta de nós e para tal são indicados alguns comportamentos e iniciativas relacionadas a seguir que auxiliam na vivência dessa etapa delicada da vida, o luto.

- Alimentar-se de maneira saudável e dormir as horas necessárias para descanso do corpo e da mente, dentro das possibilidades do luto vivido.
- Estabelecer períodos de descanso na rotina de vida, pois a vivência do luto resulta em cansaço físico e psicológico e pede pausas mais frequentes nas tarefas cotidianas.
- Expressar suas emoções procurando conversar com pessoas que saibam escutar. Em alguns casos faz-se necessário acompanhamento psicológico.
- Ter momentos onde possa ficar consigo mesmo (a), descansando e repondo energias, assim, evite pessoas que demandam muita energia.
- Aceitar possíveis retornos à tristeza intensa, esse sentimento é temporário, procure animar-se com pequenos progressos com relação ao ânimo e disposição para os movimentos da vida.
- Evitar o falso bem-estar reside na aceitação de que o luto é um processo e como tal requer tempo e espaço para ser vivido.
- Calar a voz interna da culpa. (escreverei a respeito da culpa em breve).
- Aprender a aceitar que a pessoa partiu e no entanto, nunca será esquecida, apesar da vida seguir e diminuir a intensidade de pensamentos em relação a ela.
- Reencontrar ou desenvolver as fontes espirituais para dar suporte no processo de luto. (também escreverei a respeito em outra postagem).

Essas ações e o acolhimento das dificuldades dessa etapa da existência, são essenciais para a fluidez da vida e para a recuperação do bem-estar da pessoa em luto.


"A verdade é que há quem faça da morte a derradeira paragem do tempo, quem chore uma ausência, como se fosse para sempre, quem não se convença de que morrer, como dizia o poeta, é só não ser visto" ( do livro de Inês de Barros Baptista - Morrer é só não ser visto (2014).