quinta-feira, 6 de junho de 2013

AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta sem ausência,
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a branca, tão pegada, aconchegada em meus braços,
Que rio e danço e invento exclamações alegres,
Porque a ausência, essa ausência assimilada, Ninguém a rouba mais de mim.



Carlos Drummond de Andrade

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